Sunday, August 19, 2007

POR QUE THAEME E NÃO SHIRLEY

Todo mundo (que eu conheço) ficou revoltado com o resultado do Ídolos deste ano. Tudo porque quem ganhou foi a Thaeme. O que as pessoas esperavam? Que fosse a Shirley que ganhasse? Eu acho que as pessoas ainda não entenderam o espírito do programa.
Primeiro, o público-alvo de Ídolos é aquele com idades entre 13 e 20 anos. Ou seja, adolescentes e jovens.

Quando eles escolhem os participantes, os próprios jurados falam: “Você sabia que teu repertório não tem a ver com a proposta do programa?”, ou “Você tem que dar uma mudança no visual para ter mais apelo com o público?”

Quem visualmente falando, possui mais “apelo comercial”, Thaeme ou Shirley?

Quem souber a resposta de primeira, já tem a explicação pela escolha de Thaeme.

Luz, Força e Amor

Até breve

Sunday, August 05, 2007

Bergman/Antonioni

30 de Julho de 2007 - Morre Ingmar Bergman

30 de Julho de 2007 - Morre Michelangelo Antonioni

Acho que essas duas notícias mexeram mais comigo do que os últimos acontecimentos.
Me lembro a primeira vez que vi um filme de Bergman, foi há mais de dez anos em um festival dedicado ao próprio no MAM do RJ. Eu fiquei extasiada com "Morangos Silvestres", "Monica e o desejo", "O Sétimo Selo", "A fonte da donzela", entre outros.
Uma Suécia totalmente diferente daquela miticamente descrita (cheia de fartura, gente loura, sexualmente promíscua), se revelou nos filmes de Bergman.
Uma Suécia saída do pós guerra (já que Bergman nasceu em 1918, e por ter nascido em tal ano testemunhou todo o horror da segunda guerra mundial), austera, diligente, sofrida (sentimento sobre o qual Bergman conhecia intimamente), e cheia de sensibilidade.
O pior filme de Bergman (ainda que difícil isto ser possível) é melhor do que a maioria do lixo cinematográfico que vem sendo produzido nos últimos anos.
Bergman dizem, não assistia seus filmes por se sentir deprimido quando os via.
Pode ser verdade, já que seus filmes eram fortemente autorais, e todos sabem sobre a infância terrível de Bergman.
Porém, ao assistir qualquer filme de Ingmar, o espectador sai com a sensação de alma lavada, de ver um filme que foi feito com amor, mesmo que ainda misturado com a sensação de desespero e eterna busca por um pouquinho de alento, já que era isto que Bergman deve ter buscado a vida inteira.
A você Bergman, parabéns por ter levado uma vida plena e por trazido a nós umas das melhores obras-primas do cinema.

Já com Antonioni foi diferente, meu primeiro contato com ele se deu através de um trabalho da faculdade (já estava estudando cinema) e tive que fazer a análise de um filme e escolhi "Blow up". Fiquei apaixonada. Assim que terminei de ver o filme, rebobinei a fita, e vi tudo de novo. O elenco absolutamente sensacional (Vanessa Redgrave, David Hemmings, Sarah Miles), um roteiro fantástico e uma fotografia intimista, fizeram de "Blow up" uma das obras-primas de Antonioni. Aliás, a cena em que Redgrave e Hemmings estão escutando jazz é antológica. Hemmings está excelente como fotográfo cínico e mulherengo que resolve dar uma de detetive, no fundo, para sair da rotina, e Redgrave, maravilhosa, como uma bandida sexy, esperta e misteriosa.

Ainda, quarenta anos depois de seu lançamento, é um dos melhores filmes que já vi.
Parece que os anjos combinaram a data de saída destes dois gênios do planeta. Ou quem sabe foram os dois mesmos, que preferiram uma saída cinematográfica desta vida a um "cai o pano" vazio e sem sentido.