Wednesday, June 20, 2012

Gabriela...sempre Gabriela....

Gabriela, o novo remake da Globo, com a talentosa Juliana Paes, no papel que foi um dia da fantástica Sônia Braga, é realmente uma história maravilhosa. Só de ouvir a trilha sonora, com a voz de Gal Costa cantando o tema da novela, o MPB4 cantando "Porto", traz de volta aquela nostalgia gostosa, que só uma novela realmente de sucesso, consegue. Porém, uma coisa que me surpreendeu (negativamente!) foi a escolha do elenco. A história se passa na Bahia no início do séc. XX (década de 30), e a Bahia, todo mundo sabe, é o estado brasileiro com o maior número de afro-descendentes. Porém, ao ver a novela, me assustou a quantidade de pessoas brancas na novela. O cabaré (Bataclan) só tem prostitutas brancas! Parece mais um bordel do Sul do Brasil do que da Bahia! Qual o motivo disso? Mercadológico? A figura feminina emblemática da Bahia é, comprovadamente, a mulata. Existem atrizes lindas, brasileiras, que cairiam como uma luva em tais papéis (Camilla Pitanga, Taís Araújo, Roberta Rodrigues, Sheron Menezes, etc)...Essas sim, as legítimas representantes da faceirice e brejeirice tipicamente brasileira.
O que pensar então, do que se passa diante de nossos olhos, ao ver uma representação tão distante da realidade baiana.
Os atores escalados da novela são todos talentosíssimos, porém, o verdadeiro espírito da Bahia, ficou, nesse remake, tão distante de nossa brasilidade (nesse caso, "baianice", se me perdoam o termo) quanto água e vinho.

See ya,
Lucy Lovely